Marisa Monte e o seu Infinito particular

Acabei de ver algumas coisas raras no You Tube.

Aliás, que maravilha é esse site. Confesso que estou apaixonado pelas raridades localizadas nele. Cada coisa perdida no tempo e na memória que encontramos....

Enfim...o tópico é Marisa Monte.

Talvez seja unanimidade o fascínio que a Marisa cause no público passados 20 anos da sua estréia como cantora.

E mais raro ainda é vê-la na mídia dando entrevistas. A cantora disse ao Fantástico que a sua música deve vir sempre em primeiro lugar. Inclusive, mais do que a imagem dela.

O que isso significa? Que Marisa não anseia a popularidade a qualquer custo expondo constantemente sua vida privada nos tablóides de fofoca.

Marisa é música. E música é Marisa Monte.

Seus discos são uma continuidade da sua coerência. Após produzir o disco da Velha Guarda da Portela, Marisa está cada vez mais reinventando e sendo reinventada com o samba. Dona de uma cultura geral extraordinária, Marisa demonstra ter um controle sobre a sua carreira que causa inveja em muitos do meio artístico.

Nos últimos 20 anos, uma série de cantoras surgiram e se apagaram na mesma velocidade em que apareceram. Marisa Monte continua por aí. Cantando e encantando a todos.

Mainstream ou underground?

Nêgada, temos uma cena musical muito triste nos últimos anos. Carecemos de novas revelações de massa, artistas que se consagrem junto aos veículos de mídia e sejam um farol para a molecadinha que começa na música e nela pretende seguir adiante.

A cena independente é muito interessante, porém.... o reconhecimento, em algum momento, se fará necessário!

Triste?? Sem dúvida. Porém, música é um fenômeno de massa, logo, necessita de divulgação, venda, marketing, enfim, todo um aparato que possibilite ao artista viver da sua arte. A arte deve propiciar isso, visto que ser artista não é viver nas nuvens, muito menos encher o estômago com promessas. Arte é coragem. Arte é trabalho. Arte é um trabalho estafante que mostra o que de melhor tem no ser humano: sua capacidade de se expressar por meio notas, melodias e acordes.

E no Brasil,bem.... Um país de tamanha riqueza musical não pode viver na vanguarda do retrocesso e abandono dos novos talentos. Há de se valorizar trabalhos que mostrem a sucessão de artistas da nova guarda e que muito tem a acrescentar na nossa tradição musical.